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Abertura
01:57
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Te chamei pra dançar Você disse eu não sei
Encontrei outra coisa em comum
Acho uma graça quando você sorri
porque você quase não sorri pra ninguém
Mas confesso que eu gosto
Desse ar de mistério
Desejo a flor da pele
As angústias definidas
Por linhas imaginárias
Ainda parecem infinitas
E quem suportaria passar os dias lentos? Movimentos arriscados
Te entrego meu canto, minha voz, meu estado intenso imenso
Quando te dou meu canto te dou meu corpo e é tudo o que tenho
Fingindo que a solidão não me engole se eu deixo
Por isso eu corro pra bem longe
Pra onde nada me alcance
Longe das máquinas frias os protótipos
Eu quero antes as veredas as vertentes
Ser tudo que sente e constrói
O coração como condutor das verdades
O eixo que faz a roda girar
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2. |
Estrelas de Neon
03:35
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mesmo que eu não queira pensar em você
é no meio da noite que sinto as tuas mãos
quando quero tocar meu corpo
você invade os meus sonhos
atrapalha tudo
preciso desligar o racional para sentir prazer
saciar um pouco um barco
correnteza afoita
caminho do hades
fazer da morte satisfatória por ser desfecho
nada mais que recomeço
invento e deixo voar
e encontro estrelas de neon
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3. |
Amargo Sabor
03:09
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Galáxias inabitáveis
time errado desencontro
o contato que não chega ao toque
A lembrança dos dedos gelados
a oferta do trago do afeto tão árido
explosões
Sonhei um disfarce pra dor
Pra aguentar o agosto sem fim
Lembrar do teu gosto
Amargo sabor que despenca em mim
Aturo teu tapa
Atiro em teu ócio
Teu vício me afasta
A festa neon dos intervalos
Vagando difusa
Água que desliza úmida
Um vale no meio e você
E o vazio
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4. |
Tormenta
01:44
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Todo mal tempo se transforma em temporal
Tudo que movimenta se distrai
E dilui no asfalto borrando o retrato manchando o rio
E dilui no asfalto o enredo ingrato não chega no céu
Toda tormenta atordoa
a tarde toda
a noite toda
vendaval
A voz toada
do raio
da espada
do pito
Grito
gruta
gozo
reprimido
Todo mal tempo se transforma logo em ciclo
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5. |
Medusa (Dar pé)
04:28
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6. |
Vênus Peregrina
03:35
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Tanto faz, já não sei mais sobre o futuro
Deixei pra trás todos os medos absurdos
Quando quis correr você segurou a minha mão
E me fez acreditar que tudo ia ficar bem
Só esqueceu de me dizer que tudo tem seu fim, mas
Estou em outra fase agora
Aprendi a me amar e a me respeitar
O meu caminho só eu sei
Fui eu que criei as oportunidades
Encontrei o melhor de mim e agora sou feliz
Não adianta vir me procurar essa cara lavada a tua carência
Já decidi que não caio nessa nessa conversa
Desde que você chegou eu conheci o amor mas também a dor
Mergulhei no raso e você deixou
Eu agradeço isso me fez crescer
Mas agora eu vou escolher
Cantar e confiar em mim
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7. |
Ametista
04:05
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De água e barro me refaço
Eu não nasci de nenhuma costela
Sou eu quem me dou e tiro a luz
Meu corpo é feito de amestistas
Meus olhos são duas sementes vivas
Tudo que me contaram é mentira
Eu descobri que meu reflexo na água brilha
E foi assim que eu comecei a refletir
Sempre sabendo o meu lugar e que não dá pra desistir
Eles me impõe o que eu devo ser e o que eu devo vestir
Mas eu não devo nada pra ninguém
Roupa cara maquiagem notas de cem
Enquanto aqui do lado alguém passa fome
Cê acha que isso é justo não ter perspectiva de futuro
E ainda quer mudar de assunto
Pensa no fim do mundo mas não no fim do capital
Do sistema patriarcal que destroi a fundo
E eu que não me incluo no meio disso tudo
Só busco a chave pra ter um futuro justo
Uso as palavras como oração
Agradeço todo dia com o coração aberto
Corro pelo certo cuidando da minha mente abstrata
Dissipando o ego
Luto com as minhas armas
nao baixo a guarda
Sou filha de Ogum e já nasci fechada
Desde cedo fui criada pra não ter medo
Esse é só o começo da minha jornada
Abram-se os caminhos
Abram-se os caminhos
Abram-se os caminhos
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Brune Curitiba, Brazil
Brune é compositore, poeta, performer y não-binárie. Caminhante.
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